NSA monitorou ligações de 35 líderes mundiais




Depois que presidentes e ex-presidentes descobriram terem sido pessoalmente espionados pela Agência de Segurança nacional dos Estados Unidos (NSA, em inglês), novos documentos revelados pelo jornal britânico "The Guardian" mostram que no total 35 líderes mundiais foram espionados. Um memorando confidencial revela que a agência incentiva altos funcionários, inclusive da Casa Branca e do Pentágono, a partilharem informações para adicionar o número de telefone de líderes políticos estrangeiros a seus sistemas de vigilância. Segundo o documento, um funcionário não identificado entregou mais de 200 números, incluindo o de 35 líderes mundiais - nenhum deles nomeado no relatório.

O memorando, de outubro de 2006, foi obtido pelo jornal através do ex-técnico da CIA Edward Snowden e sugere que a vigilância não era um caso isolado: a agência monitora rotineiramente o número de líderes mundiais - até mesmo com a ajuda de outras autoridades americanas. Mas, de acordo com o relatório, este tipo de espionagem não revelou informações relevantes para a NSA.

Depois de Brasil, México, França e Alemanha, o semanário italiano "L'Espresso" informou que o governo italiano também foi espionado pelos EUA. Em um trecho da matéria a ser publicada na íntegra na sexta-feira, o jornalista Glenn Greenwald diz que "a NSA tem muitas operações de espionagem sobre governos europeus, incluindo o governo italiano". Um dia antes, a revista alemã "Der Spiegel" informou que a chanceler alemã, Angela Merkel, tinha seu telefone celular hackeado. No domingo, a publicação já havia revelado que os e-mails trocados pelo ex-presidente mexicano Felipe Calderón tinham sido rastreados. O monitoramento rendeu aos EUA informações privilegiadas sobre a política do país

Nesta quinta-feira, a Casa Branca não negou que o celular da chanceler alemã tenha sido grampeado e admitiu que as denúncias de espionagem dos últimos meses criam tensões com aliados dos Estados Unidos.

"Não vamos comentar publicamente cada suposta atividade de inteligência especificada", disse o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney. "O presidente conversou com a chanceler Merkel, a tranquilizou de que os Estados Unidos não estão monitorando e não irão monitorar as comunicações da chanceler."