Usina de Mauá deve compensar área desmatada no PR na metade de 2014

Usina Hidrelétrica Mauá, no Paraná, está em pleno funcionamento desde 31 de janeiro de 2013 (Foto: Divulgação/Consórcio Cruzeiro do Sul)Usina Hidrelétrica Mauá, entre Ortigueira e Telêmaco Borba, no Paraná, está em pleno funcionamento desde 31 de janeiro de 2013
A área ambiental que foi desmatada para a construção da Usina Hidrelétrica de Mauá, entreOrtigueira e Telêmaco Borba, na região dos Campos Gerais do Paraná, deve ser compensada no segundo semestre de 2014 pelo Consórcio Energético Cruzeiro do Sul, responsável pela represa. A compensação ambiental está prevista em lei. Neste mês de outubro, o consórcio começou a fazer um levantamento das áreas rurais que precisam ser desapropriadas. O terreno a ser preservado está localizado em Ortigueira e foi autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em setembro.
A hidrelétrica foi construída no Rio Tibagi e entrou em operação em novembro de 2012. Desde 31 de janeiro, o local está em pleno funcionamento. A represa pertence ao consórcio formado por duas estatais, a Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel) e a Eletrosul, que tem direito a operar o local por no mínimo 30 anos. Com potência de 363 megawatts, a usina tem capacidade para produzir energia para o consumo de um milhão de pessoas.
A construção da represa interferiu em diversas questões ambientais, como o desvio do curso do Rio Tibagi, o desmatamento florestal e a desapropriação de 191 áreas rurais, que foram total ou parcialmente alagadas pelo reservatório. A usina gerou polêmica entre ambientalistas, que chegaram a acionar a Justiça para interromper a obra. No entanto, uma decisão da Justiça Federal permitiu a retomada das operações.
De acordo com o superintendente geral do Consórcio, Sergio Luiz Lamy, todas as intervenções realizadas foram autorizadas por lei. “Quando há o corte da vegetação, a legislação obriga uma compensação ambiental na forma de destinação equivalente à área desmatada”, explica.
Segundo Lamy, o Consórcio suprimiu 2,7 mil hectares de vegetação, entre elas, uma grande região de pastagem, uma parte do reflorestamento da empresa Klabin, áreas de floresta e em fase de regeneração. “Estabelecemos com o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) que faríamos a compensação maior do que a área desmatada, por considerar um maior peso nas áreas de floresta e de regeneração que foram suprimidas”, revela. A área total a ser preservada será de 4,1 mil hectares e fica a aproximadamente dez quilômetros da barragem.
Área da Usina Hidrelétrica de Mauá antes do início da construção, em 2008 (Foto: Edson Cabral/Divulgação/Consórcio Cruzeiro do Sul)Área da Usina Hidrelétrica de Mauá antes do início da
construção, em 2008
Desapropriação
O superintendente afirma que está concluindo o cadastramento das áreas rurais que devem ser desapropriadas. “A gente estima que sejam 15 propriedades, mas já percebemos que, na maioria, os proprietários não as utilizam como residência”, comenta.
Lamy afirma que a próxima etapa é fazer um levantamento documental e o georreferenciamento das propriedades para fins de indenização. “A gente vai colher informações sobre o uso e a ocupação do solo, se é floresta, pastagem, se há alguma casa, tanque de peixe e todas as benfeitorias do local”, esclarece. O superintendente ainda lembra que haverá uma pesquisa de preço de cada propriedade e posteriormente, a negociação com o dono da área.
Segundo ele, todo este trabalho pode levar em torno de seis meses para ser concluído. O resultado do levantamento vai apontar se será necessário fazer o plantio de alguma vegetação específica ou apenas manter a área preservada. “Até lá, vamos definir se o espaço será mantido como uma Unidade de Conservação ou uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN)”, revela.