Menino foi morto em operação da PM na Favela Danon, em Nova Iguaçu.
Nesta quarta, jurados vão ouvir o depoimento das testemunhas de defesa.
Expectativa é que júri termine na quinta-feira (12)
(Foto: Reprodução/TV Globo)O julgamento dos quatro policiais militares acusados de envolvimento na morte do menino Juan Moraes entra no terceiro dia. Nesta quarta-feira (11), os jurados vão ouvir os depoimentos das testemunhas de defesa, na 4ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. A vítima, na época com 11 anos, foi morta durante uma operação policial na Favela Danon.
(Foto: Reprodução/TV Globo)O julgamento dos quatro policiais militares acusados de envolvimento na morte do menino Juan Moraes entra no terceiro dia. Nesta quarta-feira (11), os jurados vão ouvir os depoimentos das testemunhas de defesa, na 4ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. A vítima, na época com 11 anos, foi morta durante uma operação policial na Favela Danon.
Na noite do dia 20 de junho de 2011, Juan vinha da casa de um amigo com o irmão, Wesley, de 14 anos, quando foi atingido durante um confronto na comunidade. O irmão e outro jovem, Wanderson, de 19 anos, também ficaram feridos. Os PMs Isaías Souza do Carmo, Edilberto Barros do Nascimento, Ubirani Soares e Rubens da Silva são acusados pelo crime. Eles alegam que houve uma troca de tiros com traficantes da região, que teriam ocultado o cadáver do menino. O Ministério Público nega esta versão.
A sessão desta quarta-feira está agendada para as 10h. A expectativa do juiz é terminar de ouvir as testemunhas do caso e começar o interrogatório dos réus. A previsão é que o julgamento termine na quinta-feira (12). Ao todo foram convocadas 35 testemunhas, de defesa e acusação.
Delegado acusa PMs
Na terça-feira (10), no segundo dia do julgamento, o delegado Ricardo Barbosa, responsável pela conclusão das investigações do caso, disse que a perícia constatou que não houve confronto entre PMs e traficantes na comunidade Danon, em Nova Iguaçu. Na época do crime o delegado afirmou que o menino foi baleado por policiais militares. O delegado foi ouvido como testemunha de acusação.
Na terça-feira (10), no segundo dia do julgamento, o delegado Ricardo Barbosa, responsável pela conclusão das investigações do caso, disse que a perícia constatou que não houve confronto entre PMs e traficantes na comunidade Danon, em Nova Iguaçu. Na época do crime o delegado afirmou que o menino foi baleado por policiais militares. O delegado foi ouvido como testemunha de acusação.
O júri também ouviu o depoimento do delegado, Cláudio Nascimento, que iniciou as investigações. Ele disse não acreditar que os traficantes tenham ocultado o corpo do menino. O perito que examinou a ossada de Juan revelou no tribunal os detalhes da atuação do tráfico na comunidade.
Na segunda-feira (9), no primeiro dia de júri, o advogado Edson Ferreira de Lima, que defende os PMs Isaias Souza do Carmo e Ubirani Soares, afirmou que "não há qualquer dúvida de inocência plena". "Houve um confronto policial. Não há elemento contundente. Os depoimentos do plenário mostrarão elementos fortes para a defesa. E o depoimento da perita [Marilena Campos], que foi a primeira pessoa a ter contato com o corpo e é uma especialista na medicina, foi fundamental", garantiu o advogado.
Já advogado do PM Rubens da Silva, Marco Antonio Gouvea de Faria, afirmou em sua defesa que o PM "não estava no local" no dia em que o menino foi morto. "Ele não estava lá. Foi inclusive dispensado da reconstituição do crime, pelo delegado. Ele não participou de nada. Foi citado que ele estava na viatura em Madureira. Nos autos não tem nada que diga que Rubens participou de algo".
Denúncia do MP
O promotor de justiça Sérgio Ricardo Fonseca afirmou que vai confrontar a versão dos PMs. "A linha de acusação é confrontar a versão dos policiais de que teriam avistado traficantes armados que dispararam contra eles e eles revidaram", afirmou Fonseca.
O promotor de justiça Sérgio Ricardo Fonseca afirmou que vai confrontar a versão dos PMs. "A linha de acusação é confrontar a versão dos policiais de que teriam avistado traficantes armados que dispararam contra eles e eles revidaram", afirmou Fonseca.
De acordo com o promotor, se condenados, os PMs podem pegar até 60 anos de prisão por se tratar de quatro crimes: duas tentativas de homicídio e dois homicídios duplamente qualificados.
Fonte G1