A Tragédia de Morretes deixou quatro fatais; um bebê sobreviveu e causou mistério; um homem de Apucarana ficou ferido; sonoplasta de Pe. Reginaldo morreu, e o que diz o motorista do caminhão que explodiu


COMO FOI - Um caminhão-tanque carregado de combustível, que seguia sentido Paranaguá, perdeu os freios e tombou no quilômetro 33 da BR-277, perto de Morretes, no Litoral do Paraná, por volta das 18h30 deste domingo (3 de julho). A carga explodiu e, segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), quatro pessoas morreram, 12 veículos envolvidos; e vários feridos. QUATRO FATAIS - Equipes do Corpo de Bombeiros e da concessionária Ecovia encontraram a quarta vítima do acidente na BR-277, na manhã desta segunda-feira (4 de julho), provocado por um caminhão-tanque na noite de domingo, dia 03 de julho. O corpo do homem foi encontrado em uma galeria de água pluvial nas margens da estrada, no km 33, região de Morretes. Testemunhas relataram que o homem saiu do carro em chamas ontem e uma grande labareda tomou conta do corpo dele, já fora do veículo. Logo se afirmou que ele era o pai da bebê encontrada nas margens da rodovia. Testemunhas afirmaram ter visto um homem jogado a criança pra fora do carro, já com o corpo em chamas. Outras três pessoas seguem internadas em hospitais de Curitiba e Paranaguá, sendo uma em estado grave. O bebê que foi encontrado às margens da rodovia na hora do acidente estava internado no Hospital Evangélico, mas seria liberado assim que alguém da família chegasse. PADRE MANZOTTI LAMENTA Também morreram na tragédia Anderson Luiz Cunha, 43 anos, sonoplasta do Padre Reginaldo Manzotti, da rede Evangelizar; o filho dele, Gabriel Cunha, de 13 anos, e a namorada de Anderson, de 35 anos. Eles morreram quando o carro pegou fogo ao ser atingido pelo caminhão-tanque. Os três tinham saído de Curitiba pela manhã para passar o dia em Morretes e voltavam para a capital, por volta das 18h30. Em nota, o mentor da Associação Evangelizar é Preciso, o padre Reginaldo Manzotti lamentou a morte de Anderson Luiz Cunha. A vítima trabalhava como técnico de som para a entidade religiosa há seis anos. “ Com muito pesar recebemos a notícia do falecimento do nosso colaborador Anderson Luiz Cunha e seu filho Gabriel Cunha, que há 6 anos, trabalhava como técnico de áudio na TV. Neste momento de dor e luto que a força da Ressurreição seja o consolo dos familiares e amigos que hoje choram a perda de um ente querido, como nós da Associação Evangelizar é Preciso”, declarou o padre em nota que foi encaminhada por sua assessoria de imprensa.  VÍTIMA DE APUCARANA - Entre as vítimas está Pedro Idalgo, morador de Apucarana, ele estava sozinho, supostamente em uma motocicleta, quando ocorreu o acidente grave. O veículo de Pedro, era um dos 12 envolvidos na ocorrência. Amigos da família informaram que ele teve mais de 50% de queimadura no corpo, e seria transferido da região de Morretes, para um Hospital de Curitiba. No momento do acidente, ele seguia para uma pescaria na região litoral. Amigos, que também tinham o mesmo destino, estavam em um outro carro e conseguiram se livrar do trágico acidente. O QUE DIZ O MOTORISTA- Segundo o Site da Rádio Banda B, a equipe conversou na tarde desta segunda-feira, 04 de julho, com o delegado Antônio César Monteiro, da Delegacia de Morretes. Ele contou detalhes do depoimento do motorista do caminhão, de primeiro nome José, de 43 anos, causador da tragédia que matou quatro pessoas na tarde de ontem (3) na BR-277. “Após a oitiva sobre a dinâmica do acidente, cheguei a conclusão que ele praticou, em tese, o crime de homicídio com dolo eventual. Ele não quis cometer o crime, mas assumiu o risco”, iniciou o delegado. Em seguida, Monteiro explicou o motivo do caminhoneiro ter assumido o risco. “Ele disse que sentiu que o freio começou a falhar na descida da Serra do Mar, mas, ainda assim, continuou a viagem. Pelo relato, dois quilômetros antes do choque ele não tinha mais controle do caminhão, que ficou desgovernado, até que teve esse atrito contra a mureta por vários metros, quando desacoplou e invadiu a pista contrária”, completou o policial civil. O delegado falou também sobre a postura do motorista durante o interrogatório. “Ele estava visivelmente abalado, porque durante o interrogatório já sabia que três pessoas morreram e depois mais uma. Estava muito abalado pela dinâmica em que tudo aconteceu”, concluiu.
Família identifica bebê encontrada em acidente na BR-277; mãe está sumida
A menina, que foi encontrada sem ferimentos no grave acidente que interditou a BR-277 em Morretes no domingo (3), foi identificada pela família. Uma avó e duas tias da criança, que tem 17 dias, estiveram no Hospital Evangélico nesta segunda-feira (4) e reconheceram o bebê. Os parentes informam que reconheceram o carro da família, um Celta, entre os veículos envolvidos no acidente. De acordo com o Instituto Médico Legal (IML) de Paranaguá, a quarta vítima foi identificada como sendo o pai da criança. Um irmão do homem, cuja identidade não foi divulgada, fez o reconhecimento. A família não tem notícias sobre o paradeiro da mãe. A família informou os primeiros nomes da criança e da mãe, que se chama Caroline Fernanda e tem 22 anos. “A avó está muito abalada. Chora o tempo todo e está preocupada com a filha. Ela contou que a família do pai da bebê ficou sabendo há pouco que a família estava envolvida no acidente”, disse Gilberto Pascolat, chefe da pediatria do Hospital Evangélico, em entrevista coletiva. O carro estava equipado com o bebê-conforto. Como a criança não tem lesões, Pascolat acredita que é provável que ela tenha sido retirada do bebê-conforto e colocada nas margens da rodovia. Ele descarta, por exemplo, que ela tenha sido arremessada. A menina estava enrolada em um cobertor, um pouco chamuscado, com fuligem, e cheiro de fumaça, mas sem qualquer ferimento. Há um quadro leve de dificuldade respiratória, que pode ter sido agravado pela fumaça do incêndio. A criança já estava um pouco resfriada, segundo a avó. A avó mora em Morretes. A filha, o genro e a neta tinham ido visitá-la neste domingo. A família morava em Colombo, na região metropolitana, e a menina era filha única.